terça-feira, 24 de maio de 2016

SEGUNDO TEMPO: APROFUNDAMENTO TEMA: JESUS NO EVANGELHO DE MATEUS - PARTE 2

1.      Estrutura do Evangelho
I.                    O nascimento e a infância (1-2)
1,1-17 – Genealogia de Jesus
1,18-25 – José assume a paternidade legal de Jesus
2,1-12 – Visita dos magos
2,13-18 – Fuga par a o Egito e massacre dos inocentes
2,19-23 – Retorno do Egito e estabelecimento em Nazaré
II.                  A promulgação do Reino dos Céus (3-7)
Parte narrativa (3-4)
3,1-12 – Pregação inicial de João Batista
3,13-17 – Batismo de Jesus
4,1-11 – Tentação no deserto
4,12-17 – Retorno a Galileia
4,18-25 – Vocação dos primeiros discípulos e Jesus ensina e cura
Discurso Evangélico (5-7)
5,1-12 – As bem-aventuranças
5,13-48 O cumprimento da Lei, a nova justiça é superior à antiga
6,1-34 – A esmola em segredo, orar em segredo, o Pai-nosso, jejuar em segredo, o verdadeiro tesouro, o olho é a lâmpada do corpo, Deus e o dinheiro e abandonar-se à Providência
7,1-28 – Não julgar, não profanar as coisas santas, eficácia da oração, a regra de ouro, os dois caminhos, os falsos profetas, os verdadeiros discípulos
III.                A pregação do Reino dos Céus (8-10)
Parte narrativa: dez milagres (8-9)
8,1-34 = cura do leproso, do servo do centurião e da sogra de Pedro; diversas curas, exigências da vocação apostólica, a tempestade acalmada e os endemoniados genesarenos
9,1-38 – Cura do paralítico, chamado de Mateus, refeição com os pecadores, discussão sobre o jejum, cura da hemorroíssa, ressurreição da filha de um chefe, cura de dois cegos e do endemoniado mudo, miséria da multidão
Discurso apostólico (10)
10,1-42 – Missão dos doze, missionários perseguidos, falar sem medo, causa de divisões, renunciar a si mesmo, e conclusão
IV.               O mistério do Reino dos Céus (11-13,52)
Parte narrativa (11-13,52)
11,1-30 – João Batista e seu testemunho, julgamento da geração de Jesus, desgraça as cidades às margens do lago, o Evangelho revelado aos simples, fardo leve
12,1-50 – As espigas arrancadas, cura da mão atrofiada de um homem, Jesus ‘servo de Iahweh’, Jesus e Belzebu, as palavras manifestam o coração, o sinal de Jonas, o retorno do espírito imundo, os verdadeiros parentes de Jesus
Discurso das 6 parábolas (13,1-52)
13,1- 52 – parábola semeador, porque falar em parábolas, explicação da parábola do semeador, o joio, o grão de mostarda, o fermento, as multidões só entendem parábolas, explicação do joio, parábola do tesouro e da pérola, e da rede
V.                  A Igreja, primícias do Reino dos céus (13,53-18)
Parte narrativa (13,53-17)
13,53-14-34 – Visita a Nazaré, Herodes, execução de João Batista, primeira multiplicação dos pães, caminha sobre as águas, curas nas terras de Genesaré
15-1,38 – As tradições dos fariseus, o puro e o impuro, cura da fila de uma cananeia, curas junto ao lago, segunda multiplicação dos pães
16,1-28 – O sinal do céu, fermento dos fariseus e saduceus, profissão de fé e primado de Pedro, primeiro anúncio da Paixão, condições para seguir Jesus
17,1-27 – Transfiguração, Elias, endemoniado epilético, segundo anúncio da paixão, tributo ao Templo (didracma)
Discurso sobre a Igreja (18)
18,1-35 – Quem é o maior, o escândalo, ovelha desgarrada, correção fraterna, oração em comum, perdão das ofensas, parábola do devedor implacável
VI.               O advento próximo do Reino dos Céus (19-25)
Parte narrativa (19-23)
19,1-30 – O divórcio, a continência voluntária, as crianças, o moço rico, o perigo das riquezas, recompensa prometida ao desprendimento
20,1-34 – Parábola dos trabalhadores da vinha, terceiro anúncio da Paixão, pedido da mãe dos filhos de Zebedeu, os chefes devem servir, os dois cegos de Jericó
21,1-45 – Entrada messiânica em Jerusalém, vendedores expulsos do Templo, figueira estéril e seca, fé e oração, a autoridade de Jesus, parábola dos dois filhos e dos vinhateiros homicidas
22,1-46 – Parábola do banquete nupcial, tributo a Cesar, ressurreição dos mortos, o maior dos mandamentos, o Cristo, filho e servo de Davi
23,1-39 – Hipocrisia e vaidade dos escribas e fariseus, maldições contra os escribas e fariseus, crimes e castigos iminentes, palavra sobre Jerusalém
Discurso escatológico (24-25)
24,1-51 – O princípio das dores, a grande tribulação de Jerusalém, a vinda do Filho do Homem, amplitude cósmica desse acontecimento, parábola da figueira, vigiar para não ser surpreendido, parábola do mordomo
25,1-46 -  Parábola das dez virgens e dos talentos, o último julgamento
VII.              A paixão e a ressurreição (26-28)
26,1-75 – Conspiração contra Jesus, unção em Betânia, traição de Judas, ceia pascal, anúncio da tração de Judas, eucaristia, negação de Pedro predita, Getsêmani, prisão de Jesus, perante o Sinédrio, negações de Pedro
27,1-66 – Diante de Pilatos, morte de Judas, coração de espinhos, crucifixão, escarnecido e injuriado, morte de Jesus, sepultamento, guarda do túmulo
28,1-20 – O túmulo vazio, o Anjo, aparição às santas mulheres, astúcia dos chefes judaicos, aparição de Jesus na Galileia e missão universal


Indicação Bibliográfica:
Bíblia de Jerusalém - Paulinas
Os Evangelhos (I), tradução e comentários, Barbaglio G., Fabris R., Maggioni B., Loyola, 1990.








SEGUNDO TEMPO: APROFUNDAMENTO TEMA: JESUS NO EVANGELHO DE MATEUS - PARTE 1

1.      Contexto no qual foi escrito o Evangelho de Mateus
§  Escrito, provavelmente entre os anos 70 e 80 D.C.
§  Destinado aos cristãos oriundos do judaísmo.
§  Estrutura literária definida e articulada. Texto organizado em5 livros. Cada uma tem narrativa e discursos próprios.
§  Texto mostra grande familiaridade com a tradição judaica. O texto se preocupa em legitimar Jesus com base no AT.
§  No ano 70 aconteceu a sufocação da revolta judaica com a destruição de Jerusalém e a diáspora. Obrigou a uma reorganização do judaísmo em torno das sinagogas e comunidades dispersas. Esta crise influenciou também as comunidades cristãs de origem judaica.
§  Houve tensões variadas e constantes entre os seguidores de Jesus e os fariseus.

2.      Quem é Jesus?
§  O Messias (1,1-17) - Na genealogia a preocupação emostar que Jesus tem raízes com o povo eleito. É o Messias esperado, a promessa de Deus, descendente de Davi.
§  Emanuel, Deus conosco (1,18-2,12) – Filho de Deus com mãe humana. Se o homem é o responsável pela genealogia, a mãe é que dá sua raiz. Ieshua – Jesus – significa Javé salva.
§  Filho de Davi (1,1) – cumpre as expectativas do povo curando e trazendo esperança.
§  Novo Moisés (2,13-23) – Em Jesus as escrituras se cumprem.

3.      O Reino e o novo povo de Deus
§  Jesus anuncia a chegada do Reino dos céus e sua presença no meio do povo.
§  Usa as parábolas para expressar essa chegada e presença, para ensinar com agir os que participam do reino.

4.      Estrutura do Evangelho

I.                    O nascimento e a infância (1-2)
II.                  A promulgação do Reino dos Céus (3-7)
Parte narrativa (3-4)
Discurso Evangélico (5-7)
III.                A pregação do Reino dos Céus (8-10)
Parte narrativa: dez milagres (8-9)
Discurso apostólico (10)
IV.                O mistério do Reino dos Céus (11-13,52)
Parte narrativa (11-13,52)
Discurso das 6 parábolas (13,1-52)
V.                  A Igreja, primícias do Reino dos céus (13,53-18)
Parte narrativa (13,53-17)
Discurso sobre a Igreja (18)
VI.                O advento próximo do Reino dos Céus (19-25)
Parte narrativa (19-23)
Discurso escatológico (24-25)
VII.              A paixão e a ressurreição (26-28)

5.      Conclusão
Mateus nos apresenta uma estrutura mais organizada no texto literário, demonstrando que o Evangelho já está melhor formulado, que as questões sobre Jesus, seus discípulos e as primeiras comunidades já começaram um aprofundamento e reflexão sobre sua mensagem.
O Reino dos Céus é a principal categoria que vai orientar o anúncio futuro da Igreja.

Indicação Bibliográfica:
Bíblia de Jerusalém- Paulinas
Os Evangelhos (I), tradução e comentários, Barbaglio G., Fabris R., Maggioni B., Loyola, 1990.

SEGUNDO TEMPO: APROFUNDAMENTO TEMA: JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS PARTE 3

1.      Contexto no qual foi escrito o Evangelho de Marcos

§  Provavelmente foi o primeiro dos evangelhos a ser escrito. Por volta do ano 70 D.C.
§  Parece que foi escrito na Síria.
§  Em 64 DC os cristãos tinham sofrido uma das primeiras grandes perseguições. Houve negação da fé (14,71), traição (14,10,45) ou fuga (14,50) e até dispersão (14,27).
§  Em 67 houve a rebelião judaica contra a ocupação romana da palestina. Muitos cristãos refletiam sobre a possibilidade de aderir à rebelião.
§  Acontecem dificuldades porque muitos apóstolos já haviam morrido e novas lideranças estavam à frente da comunidade.
§  Surgem os que querem voltar para a comunidade depois de tê-la abandonado. Os de fora questionam o Jesus condenado. Poderia ser ele o messias?
§  O Evangelho nos ajuda a pensar que as dificuldades sempre existirão, mas tudo pode ser resolvido e compreendido no seguimento de Jesus.

2.      Quem é Jesus? Ele é:
§  O Cristo (1,1;1,41)
§  Filho do Homem (8,31.38;9,9)
§  Filho de Deus (1,1;1,11;8,38;9,7;15,39)
§  Messias (1,1;8,29)
§  O mistério de Jesus não pode ser compreendido apenas com uma profissão de fé, é preciso viver em conformidade com Ele e segui-lo pelo caminho.

3.      Quem são os discípulos de Jesus
§  O seguimento de Jesus é o destaque em Marcos.
§  A primeira e a última coisa que Jesus faz é chamar discípulos.
§  No convívio com Jesus, estes judeus aprendem a se assemelhar a Ele.
§  O compromisso do Reino é ficar com Jesus.
§  A manifestação de Jesus é o anúncio do Reino que aproxima Deus dos homens, Ele é essa proximidade.
§  No começo parecem viver uma comunidade modelo, mas ao longo do caminho vão encontroando seus obstáculos: não entendem as parábolas (Mc4,13;7,18), não tem fé em Jesus (4,40), não sabem quem é Jesus (4,41), expulsavam demônios antes e depois não mais (6,13), querem o monopólio de Jesus (9,38), brigam entre si pelo poder (9,34;10,35-36.41), afastam as crianças, etc.
§  Conclusão: os discípulos não compreendem nem Jesus nem o Reino.

4.      Conclusão
Marcos apresenta um itinerário formativo percorrido pelos discípulos que não o conhece profundamente. Jesus não rompe come eles, ao contrário insiste para que não desanimem e depositem sua confiança naquele que de fato sustenta a existência de cada um.


SEGUNDO TEMPO: APROFUNDAMENTO TEMA: JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS PARTE 2

1.      A Crise do ministério galilaico de Jesus
Mc 6,3ss a 8,12; Mc 7,6; 8,38

Há uma dificuldade inicial crescente em aceitar Jesus e sua pregação.
A rejeição começa cedo (3,6) e tem seu ápice em 15,14, quando todos gritam: ‘Crucifica-o!!’

A crise é vivida pelo catecúmeno na Igreja primitiva, e nós a vivemos até hoje na medida em que experimentamos rejeição semelhante quando anunciamos o mesmo Evangelho.

2.      A resposta em parábolas
- A parábola do semeador
ensina que a Palavra de Deus não produz fruto automaticamente.
- A parábola da semente que cresce sozinha.
- A parábola do grão de mostarda.
Os apóstolos veem que o grupo não cresce tão rápido quanto eles imaginavam, e o fracasso parece mais forte que o sucesso.

3.      Jesus em ação
Mc 9,14-29
Podemos ver com Jesus fala, como age, como se move, como se comporta, numa palavra – Jesus em ação
9,14-16 – a cena
9,17-18 – o caso
9,19-20 – as reações de Jesus
9,21-14 – o colóquio com o pai
9,25-27 – o exorcismo
9,28-29 – a conclusão

O próprio Jesus nos convida a pedir-lhe para obter a força de fazer todas as coisas difíceis, para vencer todas as dificuldades aparentemente intransponíveis que são exigidas de nós, e nos diz que Ele veio ajudar-nos a superá-las.

4.      O mistério do Filho do Homem
Primeira predição da Paixão Mc 8,31-37
Sofrimento, rejeição e morte, mas a ressurreição será sua vitória.
Segunda predição da paixão Mc 10,32-34

SEGUNDO TEMPO: APROFUNDAMENTO TEMA: JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS - PARTE 1

Introdução
O Prefácio ao Evangelho de Marcos
No Evangelho de Marcos aparece com frequência a referência com relação aos doze (‘oi dódekai’).
3,14; 3,16; 4,10; 6,7; 6,31; 9,35; 10,32-35; 11,11; 14,17; 14,20; 14,43
Os doze acompanham o caminho de Jesus desde sua primeira afirmação até a prova final.

O mistério de Deus
Deus é o Deus que vem (1,3; 1,3;11,10-11).
Deus é o Deus do Reino (1,14; 1,15; 1,35; 2,7)
Temas bíblicos veterotestamentários – Deus único, bom, fiel, criador e realidade suprema a ser amada  (12,13) - bondade de Deus  (10,18); Quem é Deus (11,22); Criador (13,19)
A identidade de Deus – Pai (1,36)

A ignorância dos discípulos
O verdadeiro seguimento de Jesus parte da constatação de certa ignorância e incompreensão teórica e prática (4,11). 4,12.23.24.40; 6,52; 8,17; 9,32
Para cada ignorância uma censura de Jesus. Ele quer que saímos da ignorância entremos na compreensão das coisas do alto. Ele é o cura, o médico que vai curar os discípulos da ignorância.

O chamamento de Jesus
1,16,20; 2,13-14; 3,13,19
A vocação no lago
1)      Onde Jesus chama? No lago, no lugar onde a gente da Galileia vive e trabalha.
2)      Em que situação Jesus chama? No próprio lugar onde se trabalha. Na sua situação geográfica, ambiental, familiar e social.
3)      Como Jesus chama? Através de um colóquio familiar.
4)      A que ele chama? Ao seguimento.
5)      5) Com que resultado Jesus chama? Instantaneidade, urgência de resposta, todos consentem logo.

A vocação no monte 3,13,19
- Jesus chamou a si
- os que queria
- para junto de si
- e instituiu doze
- para estarem com ele
- para mandá-los a pregar
- e ter poder de expulsar os demônios.


Indicação Bibliográfica:
O itinerário espiritual dos doze, Carlo Maria Martini, Vozes, 1977